sábado, 12 de outubro de 2013

Teoria da Burocracia em Weber


Material de apoio didático: 2º ano (Sociologia)
Teoria da Burocracia: Max Weber.

Origens:

·  A fragilidade e a parcialidade das teorias Clássica e das Relações Humanas, que detinham uma visão extremista e incompleta sobre as organizações.
·  A necessidade de um modelo racional que envolvesse todas as variáveis da organização.
·  O crescimento e a complexibilidade das organizações, passou a exigir modelos mais bem definidos.
A burocracia se baseia na racionalidade, isto é, na adequação dos meios aos objetivos (fins), para que se obtenha o máximo de eficiência.

Tipos de sociedade ou poder ou autoridades legítimas:

·  Tradicional: irracional, conservador, patriarcal e patrimonialista
·  Carismática: irracional, conseguido através do carisma
·  Burocrática, legal ou racional: racional, conseguido através de normas impessoais

Tipos de autoridade:

·  Poder: potencial para exercer influência
·  Autoridade: probabilidade de uma ordem ser obedecida. Ter autoridade é ter poder; mas ter poder não significa ter autoridade [principalmente quando não é legitimada (aceita por todos)]
·  Dominação: o governante acredita ter o direito do poder, e os governados a obrigação de obedecer-lhe

Fatores que desenvolveram a Burocracia, segundo Werber:

·  Economia Monetária: a moeda racionaliza as transações econômicas
·  Superioridade Técnica: a Burocracia é superior a qualquer outro tipo de organização

Características da Burocracia:

·  Caráter legal das normas e regulamentos: é uma organização ligada por normas e regulamentos
·  Caráter formal das comunicações: são registradas por escrito
·  Divisão racional do Trabalho
·  Impessoalidade: relação a nível de cargos, e não de pessoas
·  Hierarquia: cada cargo inferior deve estar sob supervisão do cargo automaticamente superior
·  Rotina: o funcionário deve fazer o que a burocracia manda; não tem autonomia
·  Meritocracia: a escolha das pessoas é baseada no mérito e na competência técnica
·  Especialização da Adm.: separação entre propriedade e administração
·  Profissionalização
·  Previsibilidade: prever as ações; através das normas

Disfunções da Burocracia:

·  Internalização das regras: as normas passam de "meios para os fins"; os funcionários adquirem uma viseira e esquecem que a previsibilidade é uma das características mais racionais de qualquer atividade.
·  Excesso de formalismo e papelatório: necessidade de formalizar e documentar todas as comunicações.
·  Resistência a mudanças.
·  Despersonalização: os funcionários se conhecem pelos cargos que ocupam.
·  Categorização como base do processo decisorial: o que possui o cargo mais alto, tomará as decisões independentemente do conhecimento que possui sobre o assunto.
·  Superconformidade às rotinas.
·  Exibição de poderes de autoridade.
·  Dificuldade com clientes: o funcionário está voltado para o interior da organização.
·  A burocracia não leva em conta a organização informal e nem a variabilidade humana.


terça-feira, 8 de outubro de 2013

Michel Misse (Muito importante)

2º ano 

Texto: Crime e pobreza: velhos enfoques, novos problemas.
Michel Misse

Questões importantes:
Relações entre crime e pobreza no imaginário social e na literatura sociológica.
- 1981: educação e serviço social.
- Temática do crime:direito penal e psiquiatria.

OBS: Presídio de Ilha Grande: origem do comando vermelho (RJ) e Primeiro comando da capital  (SP).
Formação do crime organizado como resultado da influência dos presos políticos sobre os presos comuns.

Importância da institucionalização das ciências sociais (sociologia,antropologia e ciência política ) no Brasil.

Limitações da abordagem marxista:
1. A questão criminal não podia  ser resumida a uma análise de classes.
2. A questão criminal era resultado,em seus principais aspectos,de uma estrutura social que sucumbia em suas contradições internas.

O que fizeram então os marxistas?
1. Alertaram para os crimes do capital
2. Alertaram para os dispositivos de violência do Estado.
De acordo com tais argumentos os marxistas diziam que a relação entre crime e pobreza gerava benefícios para as classes dominantes e precisava ser desmascarada.

Crime e pobreza: a conjuntura temática no Brasil.
Anos 70: fortalecimento do crime organizado.
Contribuição de Foucault: mudança de enfoque sobre a questão da criminalidade na obra Vigiar e Punir.

"Foucault desloca estrategicamente os velhos enfoques de 'causalidade' na questão criminal e discipliná-la .."

Crime e pauperismo:os "velhos enfoques" e sua crítica.

Anos 80: principais questões.

* Polícia
* Justiça
* Penitenciária
* Pobreza
* Criminalidade

Patologia médica e patologia social: herança do início do século XX (ideologias socialistas e positivistas).

Três tipos de crítica:

1- "Bretchiano" ou estrutural: a pobreza explica a relação entre a pobreza entre pobreza e crime.
2- Relativista: a criminalidade se encontra em todos os segmentos sociais mas o pobre é mais perseguido.
3- Estatística: explicação da relação entre crime e pobreza pelo cruzamento de dados e a sua produção.

Crime,pobreza e imaginário social: alguns fantasmas persistentes.

1º) A pobreza ganha abrangência em nossa história e não serve mais para explicar qualquer coisa (de modo generalizado): por causa da questão da violência urbana.

2º) Simmel: o pobre é construído na sua designação como tal, como aquele que  a sociedade considera precisar de ajuda, de assistência humanitária. (Brasil: existe mobilidade social? Milhões de pessoas precisando?)

3º) Maleabilidade de noção de "pobre" no Brasil houve associação entre crime e pobreza. Isso é errado !!!

*Como os ricos e a classe mídia percebem a pobreza?
* Fantasmas que possuem as marcas da pobreza e as mãos criminosas possuem um traço em comum:A REVOLTA.

As críticas à associação entre crime e pobreza:

Fantasmas:
 - Crime é diferente de pobreza.
 - Função pedagógica da mídia.
 - Tipos de crime.
 - Produção dos dados estatísticos:mecanismos institucionais de perseguição socialmente contaminados por uma associação crime-pobreza estereotipada, perversa, desigual e hipócrita.
 - Realidades criminais específicas:distintas do crime organizado.
 - A forma como as crimes são igualados pela percepção social e reação moral. Serve somente para denunciar a justiça distributiva das pernas.Isso é indispensável para compreender a formação do "fantasma" da sua "autonomia de sentido" e da "cultura do medo". É desse perfil que surge a ideia de "violência urbana".
 - Preocupações do autor:
Identificar e  combater o que há de errado na associação pobreza.
Compreender o crime no imaginário social.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Questões sobre Foucault



Atenção alunos do primeiro ano !!! Material para Filosofia !!!

Questões sobre Foucault:
1. (Uem 2012)
“O pensamento de Foucault gira em torno dos temas do sujeito, verdade, saber e poder. É um pensamento que leva à crítica de nossa sociedade, à reflexão sobre a condição humana. [...] Não há verdades evidentes, todo saber foi produzido em algum lugar, com algum propósito. Por isso mesmo pode ser criticado, transformado, e, até mesmo destruído. Foucault considera que a filosofia pode mudar alguma coisa no espírito das pessoas. [...] Seu pensamento vem sempre engajado em uma tarefa política ao evidenciar novos objetos de análise, com os quais os filósofos nunca haviam se preocupado. Entre eles se destacam: o nascimento do hospital; as mudanças no espaço arquitetural que servem para punir, vigiar, separar; o uso da estatística para que governos controlem a população; a constituição de uma nova subjetividade pela psicologia e pela psicanálise; como e por que a sexualidade passa a ser alvo de preocupação médica e sanitária; como governar significa gerenciar a vida (biopoder) desde o nascimento até a morte, e tornar todos os indivíduos mais produtivos, sadios, governáveis.” 
(ARAÚJO, I. L. Foucault: um pensador da nossa época, para a nossa época. In: Antologia de textos filosóficos. Curitiba: SEED-PR, 2009. p. 225.) 
Segundo o texto, é correto afirmar: 

01) A renovação filosófica ocorre no contexto de afirmação positivista das ciências e fundação da subjetividade a partir da fenomenologia. 
02) A relação entre saber e poder diz respeito a uma prática política, não só epistemológica. 
04) A sexualidade aparece como tema de análise filosófica em razão da repressão dos desejos individuais e coletivos. 
08) A expressão “biopoder” significa a associação entre as potencialidades humanas e o divino. 
16) O papel da filosofia é revelar verdades metafísicas, independentemente de serem contestadas ao longo da História. 

2. (Pucpr 2010) Na sua obra Vigiar e punir, o filósofo francês Michel Foucault analisa as novas faces de exercício do poder disciplinar e afirma: 

“Muitos processos disciplinares existiam há muito tempo: nos conventos, nos exércitos, nas oficinas também. Mas as disciplinas se tornaram no decorrer dos séculos XVII e XVIII fórmulas gerais de dominação. (...) O momento histórico das disciplinas e o momento em que nasce uma arte do corpo humano, que visa não unicamente ao aumento de suas habilidades, nem tampouco aprofundar sua sujeição, mas a formação de uma relação que no mesmo mecanismo o torna tanto mais obediente quanto é mais útil, e inversamente. Forma-se então uma política das coerções que são um trabalho sobre o corpo, uma manipulação calculada de seus elementos, de seus gestos, de seus comportamentos. O corpo humano entra numa maquinaria de poder que o esquadrinha, o desarticula e o recompõe. Uma "anatomia política", que é também igualmente uma "mecânica do poder", está nascendo; ela define como se pode ter domínio sobre o corpo dos outros, não simplesmente para que façam o que se quer, mas para que operem como se quer, com as técnicas, segundo a rapidez e a eficácia que se determina. A disciplina fabrica assim corpos submissos e exercitados, corpos "dóceis". 
(Vigiar e Punir, p. 118). 
Segundo essa passagem, seria correto afirmar que: 

I. O texto mostra como, a partir dos séculos XVII e XVIII o corpo foi descoberto como objeto e alvo de um novo poder e de novas formas de controle, pelas quais são superadas antigas formas de domínio e instaurado um novo modelo com o fim de tornar os corpos mais dóceis. 
II. O fim dessas práticas é tornar o corpo obediente e disciplinado através de um rigoroso exercício de controle sobre gestos e comportamentos. É assim que o corpo vira um novo objeto de poder. 
III. Segundo o autor, essa é a primeira vez na história que o corpo se tornara objeto de poder, já que essas práticas eram comuns tanto nos regimes escravocratas quanto nos monásticos. 
IV. Esses novos mecanismos de controle têm, segundo o autor, uma única motivação: o domínio do corpo para exploração econômica. 

a) Apenas as assertivas I e III são verdadeiras. 
b) Apenas as assertivas I e II são verdadeiras. 
c) Apenas a assertiva IV é verdadeira. 
d) Todas as assertivas são verdadeiras. 
e) Apenas a assertiva I é verdadeira. 

3. (Pucpr 2009) O indivíduo é sem dúvida o átomo fictício de uma representação “ideológica” da sociedade; mas é também uma realidade fabricada por essa tecnologia específica de poder que se chama “disciplina”. 
Fonte: Foucault, Vigiar e punir, p.161. 
Assinale as alternativas corretas.

I. Foucault quer afirmar que os indivíduos, nesse modelo de sociedade, são constituídos como efeitos da atuação de estratégias de poder correlatas a técnicas de saber. 
II. Para Foucault, o poder fundamentalmente reprime, recalca, censura, mascara, anulando os desejos individuais. 
III. A disciplina produz realidade, produz rituais de verdade, produz indivíduos úteis e dóceis. 
IV. Para Foucault, é o indivíduo que possui o poder. É ele quem dá sentido ao mundo. 
V. A disciplina, como estratégia privilegiada de fabricação do indivíduo e produção de verdades, existe desde a época do cristianismo primitivo. 

a) II, IV e V 
b) I e III 
c) II e III 
d) I e II 
e) III, IV e V 

4. (Pucpr 2009) “O sucesso do poder disciplinar se deve sem dúvida ao uso de instrumentos simples: o olhar hierárquico, a sanção normalizadora e sua combinação num procedimento que lhe é específico, o exame.” 
Fonte: Foucault, Vigiar e punir, p. 143. 

I. Vigiar, muito mais que aplicar um olhar constante sobre o indivíduo, significa dispô-lo numa estrutura arquitetural e impessoal, na qual ele se sinta vigiado. 
II. Punir é o único objetivo da disciplina. 
III. Punir primeiramente tem a finalidade de uma ortopedia moral, de normalização, não somente de um comportamento, mas do conjunto da existência humana, seja obstaculizando a virtualidade de um comportamento perigoso mediante o uso de pequenas correções, seja incentivando condutas desejáveis a partir de recompensas e vantagens. 
IV. O exame atua numa ampla rede de instituições psiquiátricas, pedagógicas e médicas, classificando as condutas em termos de normalidade e anormalidade. 
V. Para Foucault, as ciências que tomaram o homem como objeto de saber, a partir do final do século XVIII, não têm nada a ver com a vigilância, a normalização e o exame disciplinares. 
Assinale a(s) alternativa(s) correta(s): 

a) II e V 
b) II e IV 
c) I e II 
d) III, IV e V 
e) I, III e IV 

5. (Enem 2010) A lei não nasce da natureza, junto das fontes freqüentadas pelos primeiros pastores; a lei nasce das batalhas reais, das vitórias, dos massacres, das conquistas que têm sua data e seus heróis de horror: a lei nasce das cidades incendiadas, das terras devastadas; ela nasce com os famosos inocentes que agonizam no dia que está amanhecendo.
FOUCAULT, M. Aula de  14 de janeiro de  1976.  In: Em  defesa da sociedade. São Paulo: Martins  Fontes,  1999.

O filósofo Michel Foucault (séc. XX) inova ao pensar a política e a lei em relação ao poder e à organização social. Com base na reflexão de Foucault, a finalidade das leis na organização das sociedades modernas é:

a) combater ações violentas na guerra entre as nações.
b) coagir e servir para refrear a agressividade humana.
c) criar limites entre a guerra e a paz praticadas entre os indivíduos de uma mesma nação.
d) estabelecer princípios éticos que regulamentam as ações bélicas entre países inimigos.
e) organizar as relações de poder na sociedade e entre os Estados.

6. (Funcab 2013) O Panóptico de Bentham, descrito minuciosamente por Foucault no livro “Vigiar e Punir”, é a figura arquitetural de princípio conhecido: na periferia uma construção em anel; no centro, uma torre; esta é vazada de largas janelas que se abrem sobre a face interna do anel; a construção periférica é dividida em celas, cada uma atravessando toda a espessura da construção e duas janelas, uma para o interior e outra para o exterior. Basta então colocar um vigia na torre central e em cada cela trancar um louco, um doente ou um condenado. Assim, a permanente visibilidade assegura o funcionamento automático do poder. Qual grupo de características melhor descreve os efeitos desse sistema?

a) A impossibilidade de criação de novos projetos de crimes futuros entre os detentos e de más influências recíprocas.
b) A deficiência frente à organização de motim, complô e evasão coletiva.
c) O alto índice de consumo e tráfico de drogas e de agressão entre detentos.
d) O ambiente apropriado para disseminação de doenças infectocontagiosas.
e) Roubos, conluios, distração e troca de informações.

7. (CESGRANRIO 2010)

“ O que está em questão é o que rege os enunciados e a forma como estes se regem entre si para constituir um conjunto de proposições aceitáveis cientificamente e, consequentemente, susceptíveis de serem verificadas ou infirmadas por procedimentos científicos. Em suma, problema de regime, de política ou enunciado científico.”
FOUCAULT, M. Microfísica do Poder, cap. I – Tradução de Roberto Machado. RJ: Graal, 2007.

Segundo o francês Michel Foucault,

a) o esforço moderno por conhecer a loucura promoveu a superação da cisão entre sujeito e objeto.
b) o conflito moderno entre razão e experiência deve ser superado através do retorno genealógico ao discurso originário dos primeiros filósofos.
c) o sujeito não é fruto de uma construção histórica, mas sim a origem perene dos saberes determinados historicamente.
d) os saberes próprios de uma época são autônomos frente às relações de poder que nela se desdobram.
e) as relações de poder regulam a produção do saber.

8. (MPE-PE 2012) Michel Foucault afirma que fazem parte da armadura institucional da detenção penal as técnicas 

a) mediadoras.
b) conciliativas.
c) apaziguadoras.
d) retentivas.
e) corretivas.

9. (CEPERJ 2012) A arte de punir, segundo Foucault, põe em funcionamento cinco operações bem distintas. No regime do poder disciplinar, a punição visa ao seguinte fator:

a) repressão
b) normalização
c) engajamento
d) coersão
e) expiação

10. (CEPERJ 2012) Foucault, em “Vigiar e Punir”, faz uma reflexão importante sobre os mecanismos de disciplina. Considere os itens abaixo.

I- Foucault notou que o controle disciplinar não era exclusivo das prisões e, sim, permeava várias instituições, como as fábricas, exércitos, hospitais e escolas. 
II- A disciplina não pode se identificar com uma instituição nem com um aparelho, mas com uma sociedade disciplinar. 
III- É pela disciplina que as relações de poder se tornam mais facilmente observáveis, pois é por meio da disciplina que se estabelecem as relações. 
IV- A prisão é o final previsível da passagem por instituições pela qual a sociedade acredita impedir a delinquência, como os abrigos e medidas socioeducativas.
A alternativa com a indicação correta dos itens que melhor representam o pensamento de Foucault é:

a) I e II
b) I e III
c) I, II e III
d) II e IV
e) I, II, III, IV

11. (TRF 2012) Em nossa sociedade ocidental, o discurso que rege o que se tem por verdadeiro, que define a rede de conhecimentos válidos (ou não válidos), é o científico. Nossa “verdade” está centrada nele e nas instituições que o produzem. Instituições essas igualmente não isentas de interesses. São conhecimentos e verdades guiados em seu processo de produção por crenças, costumes e interesses. Usados permanentemente pela produção econômica e pelo poder político e difundidos pelas instâncias educativas e informativas da sociedade, de forma, até certa instância, controlada por grandes aparelhos políticos e econômicos, tais como: universidades, mídia, escrita, exército. Para explicar o acima descrito, Foucault menciona, em sua obra, a existência de 

a) capitalismo humanista.
b) percepção cognitiva.
c) jogos de verdade.
d) sociedade laudatória.
e) transtorno psicopatológico.