Contexto Histórico de Ressurgimento do
Pensamento Conservador
Pensamento conservador
– início: 1890 (até 1920).
A crise dos anos 1890 – 1914
Luta
por liberdade e direitos políticos – ampliação da democracia.
A primeira é
sempre menos numerosa e cumpre as funções públicas, monopoliza o poder e goza
das vantagens a ele inerentes, enquanto que a classe dos governados é numerosa,
embora dispersa e desunida é dirigida e regulada pela primeira classe, de modo
razoavelmente legal ou de modo razoavelmente arbitrário e violento, fornecendo
a esta, pelo menos de modo aparente, os meios materiais de subsistência e os
que são necessários à vitalidade do organismo político.
Importante
enfatizar também que, segundo o estudo realizado por Mosca, a dominação
política exercida por um grupo minoritário dentro da sociedade pode ser
presenciada em qualquer sistema de governo: ditadura ou democracia.
A riqueza do
termo "elite" remonta a Pareto que alguns anos depois, por influência
de Mosca, enunciou a tese segundo a qual em toda sociedade há uma classe
"superior" e que detém geralmente o poder político e o poder
econômico à qual se deu nome de aristocracia ou elite.
Depois
que Gaetano Mosca formulou a teoria das elites, outros pensadores sociais
empregaram o termo "elite" de maneira diversa, dando origem a novos
conceitos e teorias. No campo das ciências sociais, por exemplo, o estudo das
elites políticas beneficiou o desenvolvimento da ciência política.
Pareto tinha convicção na superioridade das elites econômicas e políticas
porque acreditava que as desigualdades sociais faziam parte da "ordem
natural" das coisas. Devido à sua intransigente
defesa da dominação das elites, e também por ser um crítico contumaz de
qualquer forma de regime socialista, Pareto é apontado como o ideólogo
precursor do fascismo. Não obstante, ele nunca aderiu formalmente ao regime
fascista italiano.
MICHELS, Robert. Sociologia dos Partidos Políticos. Tradução de Arthur Chaudon.
Braília, UnB, 1982.
Tema da
ordem do dia: organização social (ex: Marx, Weber, Durkheim – devido ao
agravamento das questões sociais).
As duas
maiores forças ideológico – políticas: o liberalismo e o marxismo estão sob o
ataque da crítica do pensamento conservador.
O
pensamento conservador dá muita ênfase ao aspecto cultural (a cultura
condiciona até a atividade econômica), enquanto o marxista enfatiza o econômico
para o liberal, o que é a liberdade é a riqueza.
Pensamento
conservador: o conflito não se dá entre classes, mas entre a massa e a elite
(esse conflito só se dá em momentos revolucionários. No normal, a massa é
conduzida pela elite) e também entre as elites.
O
conservador é defensor da intervenção estatal. Ele tende a apoiar estados
autoritários. O individualismo massacra valores que lhe são sagrados e cria uma
sociedade de massas.
A
tensão entre Estado que dá suporte ao capitalismo industrial – financeiro e as
lutas dos trabalhadores: gera críticas dos conservadores. Conservadores
criticam: estado liberal clássico, democratas e socialistas. Liberalismo havia
destruído a sociedade tradicional, exacerbado o individualismo e a competição,
degradado os valores morais, religiosos e, conseqüentemente, a coesão social.
Isso tudo permitiria a luta de classes e a radicalização dos grupos por mais
direitos e pela revolução.
Marxismo nos anos 1890
e sua crise.
Teoria das Elites
Em toda
sociedade existe sempre uma minoria que, por variadas formas, é
detentora do poder em contraposição a uma maioria que dele está privada. Entre
todas as formas de poder, e particularmente o poder econômico, o poder
ideológico e o poder político é que constroem a diferença entre as elites e a
maioria das pessoas.
Surgiu a teoria das elites e se desenvolveu
pela especial relação mantida entre as elites políticas e o Estado. E essa
teoria pode ser redefinida como bem esclarece Bobbio, segundo a qual, em cada
sociedade, o poder político pertence ao restrito círculo de pessoas que toma e
impõe decisões válidas para todos os membros do grupo, mesmo que tenha que
recorrer à força.
Gaetano Mosca
A formulação
clássica da teoria das elites é reputada a Gaetano Mosca (1858-1941) nos
"Elementi di scienza politica", obra de 1896, que identifica em todas
as sociedades, desde as mais primitivas até as sociedades mais evoluídas, a
existência das classes dos governantes e dos governados.
A primeira é
sempre menos numerosa e cumpre as funções públicas, monopoliza o poder e goza
das vantagens a ele inerentes, enquanto que a classe dos governados é numerosa,
embora dispersa e desunida é dirigida e regulada pela primeira classe, de modo
razoavelmente legal ou de modo razoavelmente arbitrário e violento, fornecendo
a esta, pelo menos de modo aparente, os meios materiais de subsistência e os
que são necessários à vitalidade do organismo político.
Importante
enfatizar também que, segundo o estudo realizado por Mosca, a dominação
política exercida por um grupo minoritário dentro da sociedade pode ser
presenciada em qualquer sistema de governo: ditadura ou democracia.
A riqueza do
termo "elite" remonta a Pareto que alguns anos depois, por influência
de Mosca, enunciou a tese segundo a qual em toda sociedade há uma classe
"superior" e que detém geralmente o poder político e o poder
econômico à qual se deu nome de aristocracia ou elite.
Depois
que Gaetano Mosca formulou a teoria das elites, outros pensadores sociais
empregaram o termo "elite" de maneira diversa, dando origem a novos
conceitos e teorias. No campo das ciências sociais, por exemplo, o estudo das
elites políticas beneficiou o desenvolvimento da ciência política.
Vilfredo Pareto
O economista, sociólogo e político
francês Vilfredo Pareto (1848-1923) entendia que a Sociologia deveria buscar a
verdade, como toda ciência. Ao compreender que os indivíduos agem de maneira
não-lógica, Pareto encara os seres humanos como seres que raciocinam sem serem
necessariamente racionais. Frequentemente este homem tenta atribuir justificativas
pretensamente lógicas para suas ações ilógicas deixando-se levar pelos
sentimentos. A vida
social é composta majoritariamente por este tipo de ações, guiada por sentimentos
mais do que por observações metódicas.
Toda a sociologia de Pareto deriva da
sua perspectiva dualista da sociedade, onde encontraríamos indivíduos com
qualidades superiores na sua esfera de atividade - a elite - e os restantes - a
não elite. A elite tenta acentuar a sua posição social e vai desenvolvendo as
suas capacidades para dirigir os outros, ainda que através do uso da força ou
da fraude. As massas não são capazes de melhorar a sua situação a não ser os
seus membros privilegiados capazes de utilizar as capacidades de que dispõem
para subir até a elite. Trata-se, portanto, de uma 'circulação de elites' e não
da ascensão das massas como tal, podendo existir transferências de poder entre
elites, mas não entre classes. Pareto entende que há apenas a ascensão de
indivíduos com determinadas características pessoais.
No "Tratado de
Sociologia Geral" (1916), Pareto elabora a teoria do equilíbrio
social, que estuda a interação das diversas classes de elite, cujas principais
são as elites políticas que tem dois
pólos: os políticos que usam a força (os leões) e os que usam a astúcia (as
raposas). Já as elites econômicas (com pólos especuladores e nos banqueiros) e
as elites intelectuais (onde se contrapõem continuamente os homens de fé e os
homens de ciência).
O mais importante destaque do estudo é o processo de decadência das elites, observado por Pareto,ou seja, historicamente as elites lutam entre si e se sucedem umas às outras no exercício da dominação política.
Pareto tinha convicção na superioridade das elites econômicas e políticas porque acreditava que as desigualdades sociais faziam parte da "ordem natural" das coisas. Devido à sua intransigente defesa da dominação das elites, e também por ser um crítico contumaz de qualquer forma de regime socialista, Pareto é apontado como o ideólogo precursor do fascismo. Não obstante, ele nunca aderiu formalmente ao regime fascista italiano.
O mais importante destaque do estudo é o processo de decadência das elites, observado por Pareto,ou seja, historicamente as elites lutam entre si e se sucedem umas às outras no exercício da dominação política.
Pareto tinha convicção na superioridade das elites econômicas e políticas porque acreditava que as desigualdades sociais faziam parte da "ordem natural" das coisas. Devido à sua intransigente defesa da dominação das elites, e também por ser um crítico contumaz de qualquer forma de regime socialista, Pareto é apontado como o ideólogo precursor do fascismo. Não obstante, ele nunca aderiu formalmente ao regime fascista italiano.
Pareto também chama a
atenção para o fato de que, em qualquer sociedade, os homens são desiguais. As
desigualdades entre os indivíduos contribuem diretamente para o surgimento das
elites.
Robert
Michels
Os estudos de Mosca e
Pareto serviram de base para formulação de novas teorias das elites. Dentro
deste campo de pesquisa, cabe destacar o estudo do sociólogo alemão Robert
Michels (1876-1936), "Partidos Políticos: um Estudo Sociológico das
Tendências Oligárquicas da Democracia Contemporânea" (1912). Neste estudo,
Michels analisou a dinâmica inerente à política democrática a partir da
observação dos partidos políticos de massa.
Com base em evidências
empíricas demonstrou que mesmo dentro das organizações partidárias que
funcionam num sistema político democrático, há fortes tendências à elitização,
ou seja, concentração de poder num grupo restrito de pessoas. A burocratização assume uma
característica especial, que é a oligarquização. Para que a organização aja com
eficiência, é necessária a criação de um quadro de funcionários que se dediquem
em tempo integral a ela. Ora, essa nova posição funcional gera novos
interesses, ligados a ela e diferentes daqueles que a base da organização
possui. O operário que se torna um quadro profissional do partido não é mais um
operário: é um burocrata ou um líder político. Para os militantes da base, a
organização é um meio para alcançar um determinado fim, que, no caso, era a
revolução socialista. Para o funcionário, a organização torna-se um fim em si
mesma, já que seu ganha-pão está no partido (Michels, 1982:223).
Segundo Michels, isto
levaria inexoravelmente ao abandono dos ideais revolucionários. Primeiro,
porque seus líderes já alcançaram uma posição privilegiada dentro da sociedade;
depois, porque uma tentativa revolucionária poderia causar a dissolução do
partido (e a perda do ganha-pão). O poder, diz Michels, é sempre conservador. Tal
construção teórica é a "lei de ferro da oligarquia". Segundo ela,
toda organização gera uma minoria dirigente, com interesses divergentes dos de
sua base. Embora os caminhos traçados sejam diferentes, a conclusão é idêntica
à de Mosca: só a minoria pode governar.
A maior contribuição da
teoria das elites formulada por Michels se refere ao fato, inusitado e
paradoxal, de que a elitização ocorre até mesmo no interior das organizações
comprometidas com os princípios de igualdade e democracia, ou seja, os partidos
políticos de massa.
O conceito de elitização e
"lei de ferro das oligarquias" também pode ser aplicado aos
sindicatos, corporações e grandes organizações sociais. Uma organização,
partido político ou movimento social podem surgir em decorrência de verdadeiros
objetivos igualitários e democráticos, porém, com o passar do tempo, a
tendência à elitização ou oligarquização se manifesta.
O núcleo de sua tese é
que qualquer tipo de organização caminha para a burocratização. Aqui, ele fica
com Mosca: a massa, o grande número, é incapaz de se organizar. Quando resolve
fazê-lo, deve fatalmente constituir um pequeno comitê para dirigi-la. Isto é a
burocratização: não há mais um movimento espontâneo de massa, e sim algo com
uma hierarquia, com regras, com disciplina.
Conclusão
A teoria das elites, na visão desses
autores, versou sobre o entendimento acerca da existência de uma
"nata" de pessoas dirigentes, representativas de uma minoria, que
estavam, irremediavelmente, destinadas à liderança, em conseqüência de suas
aptidões naturais e superiores e, ainda, em conseqüência da incompetência e da
apatia das massas.
De acordo com Mosca,
Pareto e Michels, as democracias modernas devem ser consideradas oligarquias
eleitas. Nesses sistemas, as diferenças efetivas entre os rivais políticos
viáveis são relativamente pequenas e limites estritos são impostos (pela elite
oligárquica) sobre o que constitui posições políticas "aceitáveis" ou
"respeitáveis". Além disso, a carreira dos políticos depende
fortemente das elites econômicas e intelectuais (mídia, etc.) que não foram
eleitas.
A formulação
clássica da teoria das elites é reputada a Gaetano Mosca (1858-1941) nos
"Elementi di scienza politica", obra de 1896, que identifica em todas
as sociedades, desde as mais primitivas até as sociedades mais evoluídas, a
existência das classes dos governantes e dos governados.
Referências Bibliográficas:
MORENO, Raphael L. Teoria das Elites ou Elitismo. Minas Gerais:
UFMG, 2009.
MOSCA, Gaetano. La
clase política. México: Fondo de Cultura Económica, 1992.
PARETO, Vilfredo. Trattato di
Sociologia Generale. Firenze, Barbera, 1916, 2 vol.
_______. Manual de Economia Política.
Tradução de João Guilherme Vargas Netto. 2ª ed., São Paulo, Nova Cultural,
1987.
http://jusvi.com/artigos/21108 (Acesso
em 11 de março de 2010).
http://educacao.uol.com.br/sociologia/ult4264u27.jhtm
(Acesso em 11 de março de 2010).