domingo, 28 de julho de 2013

Pensamento conservador (Teoria das Elites)

Contexto Histórico de Ressurgimento do Pensamento Conservador

Pensamento conservador – início: 1890 (até 1920).


A crise dos anos 1890 – 1914

Luta por liberdade e direitos políticos – ampliação da democracia.
A primeira é sempre menos numerosa e cumpre as funções públicas, monopoliza o poder e goza das vantagens a ele inerentes, enquanto que a classe dos governados é numerosa, embora dispersa e desunida é dirigida e regulada pela primeira classe, de modo razoavelmente legal ou de modo razoavelmente arbitrário e violento, fornecendo a esta, pelo menos de modo aparente, os meios materiais de subsistência e os que são necessários à vitalidade do organismo político.

Importante enfatizar também que, segundo o estudo realizado por Mosca, a dominação política exercida por um grupo minoritário dentro da sociedade pode ser presenciada em qualquer sistema de governo: ditadura ou democracia.

A riqueza do termo "elite" remonta a Pareto que alguns anos depois, por influência de Mosca, enunciou a tese segundo a qual em toda sociedade há uma classe "superior" e que detém geralmente o poder político e o poder econômico à qual se deu nome de aristocracia ou elite.

     Depois que Gaetano Mosca formulou a teoria das elites, outros pensadores sociais empregaram o termo "elite" de maneira diversa, dando origem a novos conceitos e teorias. No campo das ciências sociais, por exemplo, o estudo das elites políticas beneficiou o desenvolvimento da ciência política.

Pareto tinha convicção na superioridade das elites econômicas e políticas porque acreditava que as desigualdades sociais faziam parte da "ordem natural" das coisas. Devido à sua intransigente defesa da dominação das elites, e também por ser um crítico contumaz de qualquer forma de regime socialista, Pareto é apontado como o ideólogo precursor do fascismo. Não obstante, ele nunca aderiu formalmente ao regime fascista italiano.

MICHELS, Robert. Sociologia dos Partidos Políticos. Tradução de Arthur Chaudon. Braília, UnB, 1982.

Tema da ordem do dia: organização social (ex: Marx, Weber, Durkheim – devido ao agravamento das questões sociais).

As duas maiores forças ideológico – políticas: o liberalismo e o marxismo estão sob o ataque da crítica do pensamento conservador.

O pensamento conservador dá muita ênfase ao aspecto cultural (a cultura condiciona até a atividade econômica), enquanto o marxista enfatiza o econômico para o liberal, o que é a liberdade é a riqueza.


Pensamento conservador: o conflito não se dá entre classes, mas entre a massa e a elite (esse conflito só se dá em momentos revolucionários. No normal, a massa é conduzida pela elite) e também entre as elites.


O conservador é defensor da intervenção estatal. Ele tende a apoiar estados autoritários. O individualismo massacra valores que lhe são sagrados e cria uma sociedade de massas.


A tensão entre Estado que dá suporte ao capitalismo industrial – financeiro e as lutas dos trabalhadores: gera críticas dos conservadores. Conservadores criticam: estado liberal clássico, democratas e socialistas. Liberalismo havia destruído a sociedade tradicional, exacerbado o individualismo e a competição, degradado os valores morais, religiosos e, conseqüentemente, a coesão social. Isso tudo permitiria a luta de classes e a radicalização dos grupos por mais direitos e pela revolução.

Marxismo nos anos 1890 e sua crise.

Marx morre em 1883. Após a comuna de Paris não se fala mais em revolução. Vigora o período de “paz conservadora”. O partido socialdemocrata alemão era o maior e mais importante partido operário do mundo.

Teoria das Elites

Em toda sociedade existe sempre uma minoria que, por variadas formas, é detentora do poder em contraposição a uma maioria que dele está privada. Entre todas as formas de poder, e particularmente o poder econômico, o poder ideológico e o poder político é que constroem a diferença entre as elites e a maioria das pessoas.

Surgiu a teoria das elites e se desenvolveu pela especial relação mantida entre as elites políticas e o Estado. E essa teoria pode ser redefinida como bem esclarece Bobbio, segundo a qual, em cada sociedade, o poder político pertence ao restrito círculo de pessoas que toma e impõe decisões válidas para todos os membros do grupo, mesmo que tenha que recorrer à força.

Gaetano Mosca


A formulação clássica da teoria das elites é reputada a Gaetano Mosca (1858-1941) nos "Elementi di scienza politica", obra de 1896, que identifica em todas as sociedades, desde as mais primitivas até as sociedades mais evoluídas, a existência das classes dos governantes e dos governados.

A primeira é sempre menos numerosa e cumpre as funções públicas, monopoliza o poder e goza das vantagens a ele inerentes, enquanto que a classe dos governados é numerosa, embora dispersa e desunida é dirigida e regulada pela primeira classe, de modo razoavelmente legal ou de modo razoavelmente arbitrário e violento, fornecendo a esta, pelo menos de modo aparente, os meios materiais de subsistência e os que são necessários à vitalidade do organismo político.

Importante enfatizar também que, segundo o estudo realizado por Mosca, a dominação política exercida por um grupo minoritário dentro da sociedade pode ser presenciada em qualquer sistema de governo: ditadura ou democracia.

A riqueza do termo "elite" remonta a Pareto que alguns anos depois, por influência de Mosca, enunciou a tese segundo a qual em toda sociedade há uma classe "superior" e que detém geralmente o poder político e o poder econômico à qual se deu nome de aristocracia ou elite.

Depois que Gaetano Mosca formulou a teoria das elites, outros pensadores sociais empregaram o termo "elite" de maneira diversa, dando origem a novos conceitos e teorias. No campo das ciências sociais, por exemplo, o estudo das elites políticas beneficiou o desenvolvimento da ciência política.

Vilfredo Pareto

O economista, sociólogo e político francês Vilfredo Pareto (1848-1923) entendia que a Sociologia deveria buscar a verdade, como toda ciência. Ao compreender que os indivíduos agem de maneira não-lógica, Pareto encara os seres humanos como seres que raciocinam sem serem necessariamente racionais. Frequentemente este homem tenta atribuir justificativas pretensamente lógicas para suas ações ilógicas deixando-se levar pelos sentimentos. A vida social é composta majoritariamente por este tipo de ações, guiada por sentimentos mais do que por observações metódicas.

Toda a sociologia de Pareto deriva da sua perspectiva dualista da sociedade, onde encontraríamos indivíduos com qualidades superiores na sua esfera de atividade - a elite - e os restantes - a não elite. A elite tenta acentuar a sua posição social e vai desenvolvendo as suas capacidades para dirigir os outros, ainda que através do uso da força ou da fraude. As massas não são capazes de melhorar a sua situação a não ser os seus membros privilegiados capazes de utilizar as capacidades de que dispõem para subir até a elite. Trata-se, portanto, de uma 'circulação de elites' e não da ascensão das massas como tal, podendo existir transferências de poder entre elites, mas não entre classes. Pareto entende que há apenas a ascensão de indivíduos com determinadas características pessoais.

No "Tratado de Sociologia Geral" (1916), Pareto elabora a teoria do equilíbrio social, que estuda a interação das diversas classes de elite, cujas principais são as elites políticas que tem dois pólos: os políticos que usam a força (os leões) e os que usam a astúcia (as raposas). Já as elites econômicas (com pólos especuladores e nos banqueiros) e as elites intelectuais (onde se contrapõem continuamente os homens de fé e os homens de ciência).


O mais importante destaque do estudo é o processo de decadência das elites, observado por Pareto,ou seja, historicamente as elites lutam entre si e se sucedem umas às outras no exercício da dominação política.
Pareto tinha convicção na superioridade das elites econômicas e políticas porque acreditava que as desigualdades sociais faziam parte da "ordem natural" das coisas. Devido à sua intransigente defesa da dominação das elites, e também por ser um crítico contumaz de qualquer forma de regime socialista, Pareto é apontado como o ideólogo precursor do fascismo. Não obstante, ele nunca aderiu formalmente ao regime fascista italiano.

Pareto também chama a atenção para o fato de que, em qualquer sociedade, os homens são desiguais. As desigualdades entre os indivíduos contribuem diretamente para o surgimento das elites.

Robert Michels

Os estudos de Mosca e Pareto serviram de base para formulação de novas teorias das elites. Dentro deste campo de pesquisa, cabe destacar o estudo do sociólogo alemão Robert Michels (1876-1936), "Partidos Políticos: um Estudo Sociológico das Tendências Oligárquicas da Democracia Contemporânea" (1912). Neste estudo, Michels analisou a dinâmica inerente à política democrática a partir da observação dos partidos políticos de massa.

Com base em evidências empíricas demonstrou que mesmo dentro das organizações partidárias que funcionam num sistema político democrático, há fortes tendências à elitização, ou seja, concentração de poder num grupo restrito de pessoas. A burocratização assume uma característica especial, que é a oligarquização. Para que a organização aja com eficiência, é necessária a criação de um quadro de funcionários que se dediquem em tempo integral a ela. Ora, essa nova posição funcional gera novos interesses, ligados a ela e diferentes daqueles que a base da organização possui. O operário que se torna um quadro profissional do partido não é mais um operário: é um burocrata ou um líder político. Para os militantes da base, a organização é um meio para alcançar um determinado fim, que, no caso, era a revolução socialista. Para o funcionário, a organização torna-se um fim em si mesma, já que seu ganha-pão está no partido (Michels, 1982:223).

Segundo Michels, isto levaria inexoravelmente ao abandono dos ideais revolucionários. Primeiro, porque seus líderes já alcançaram uma posição privilegiada dentro da sociedade; depois, porque uma tentativa revolucionária poderia causar a dissolução do partido (e a perda do ganha-pão). O poder, diz Michels, é sempre conservador. Tal construção teórica é a "lei de ferro da oligarquia". Segundo ela, toda organização gera uma minoria dirigente, com interesses divergentes dos de sua base. Embora os caminhos traçados sejam diferentes, a conclusão é idêntica à de Mosca: só a minoria pode governar.

A maior contribuição da teoria das elites formulada por Michels se refere ao fato, inusitado e paradoxal, de que a elitização ocorre até mesmo no interior das organizações comprometidas com os princípios de igualdade e democracia, ou seja, os partidos políticos de massa.
O conceito de elitização e "lei de ferro das oligarquias" também pode ser aplicado aos sindicatos, corporações e grandes organizações sociais. Uma organização, partido político ou movimento social podem surgir em decorrência de verdadeiros objetivos igualitários e democráticos, porém, com o passar do tempo, a tendência à elitização ou oligarquização se manifesta.

O núcleo de sua tese é que qualquer tipo de organização caminha para a burocratização. Aqui, ele fica com Mosca: a massa, o grande número, é incapaz de se organizar. Quando resolve fazê-lo, deve fatalmente constituir um pequeno comitê para dirigi-la. Isto é a burocratização: não há mais um movimento espontâneo de massa, e sim algo com uma hierarquia, com regras, com disciplina.


Conclusão

A teoria das elites, na visão desses autores, versou sobre o entendimento acerca da existência de uma "nata" de pessoas dirigentes, representativas de uma minoria, que estavam, irremediavelmente, destinadas à liderança, em conseqüência de suas aptidões naturais e superiores e, ainda, em conseqüência da incompetência e da apatia das massas.

De acordo com Mosca, Pareto e Michels, as democracias modernas devem ser consideradas oligarquias eleitas. Nesses sistemas, as diferenças efetivas entre os rivais políticos viáveis são relativamente pequenas e limites estritos são impostos (pela elite oligárquica) sobre o que constitui posições políticas "aceitáveis" ou "respeitáveis". Além disso, a carreira dos políticos depende fortemente das elites econômicas e intelectuais (mídia, etc.) que não foram eleitas.

A formulação clássica da teoria das elites é reputada a Gaetano Mosca (1858-1941) nos "Elementi di scienza politica", obra de 1896, que identifica em todas as sociedades, desde as mais primitivas até as sociedades mais evoluídas, a existência das classes dos governantes e dos governados.

Referências Bibliográficas:

MORENO, Raphael L. Teoria das Elites ou Elitismo. Minas Gerais: UFMG, 2009.
MOSCA, Gaetano. La clase política. México: Fondo de Cultura Económica, 1992.
PARETO, Vilfredo. Trattato di Sociologia Generale. Firenze, Barbera, 1916, 2 vol.
_______. Manual de Economia Política. Tradução de João Guilherme Vargas Netto. 2ª ed., São Paulo, Nova Cultural, 1987.
http://jusvi.com/artigos/21108 (Acesso em 11 de março de 2010).
http://educacao.uol.com.br/sociologia/ult4264u27.jhtm (Acesso em 11 de março de 2010).